A Cranioestenose, também conhecida como Craniossinostose, corresponde ao fechamento precoce da suturas do crânio. Essas suturas são linhas que separam os ossos do crânio e desempenham dois papéis importantes: o de modelar a cabeça do bebê na hora do parto e o de permitir que o crânio cresça e se desenvolva normalmente.
Infelizmente, pode acontecer de essas suturas se fecharem antes do parto, o que provoca alterações no formato da cabeça do bebê. Quando há um conflito entre o crescimento do crânio e do encéfalo, isso pode causar graves sequelas, tanto visuais quanto mentais.
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O QUE CAUSA A CRANIOESTENOSE
Ainda não há uma explicação 100% comprovada sobre o que causa a Cranioestenose, mas se acredita na seguinte hipótese: uma posição inadequada do bebê dentro do útero, que causaria a constrição da cabeça fetal. Por sua vez, essa constrição impediria a movimentação do crânio, e a pressão poderia atrapalhar a expansão das suturas cranianas.
Não podemos descartar também o fator genético: Em alguns casos específicos, há a incidência de 8% de formas familiares de Cranioestenose. Alguns médicos também acreditam que o uso de drogas e entorpecentes durante a gestação pode aumentar a chance de o feto desenvolver a doença, mas ainda não há nada cientificamente comprovado.
COMO DIAGNOSTICAR?
Ao realizar um exame clínico do bebê é possível descobrir se o mesmo possui Cranioestenose, através de uma simples observação da morfologia craniofacial.
Radiografias e tomografias computadorizadas do crânio também são exames complementares que podem ajudar a diagnosticar a doença, pois são ricas em detalhes e informações. Com a tomografia, é possível detalhar melhor quais suturas estão abertas ou fechadas, além de analisar as modificações da base do crânio e das órbitas.
A partir do diagnóstico, você deve conversar com seu médico de confiança e descobrir qual é a melhor maneira de tratar a Craniossinostose.
OS TIPOS DE CRANIOESTENOSE
Há vários tipos de Craniossinostose, dependendo da sutura envolvida. Conheça alguns:
– Escafocefalia: Também conhecida como dolicocefalia ou clinocefalia, ela é a Cranioestenose mais frequente, com incidência de torno de 1 em cada 2000 nascidos vivos e com uma prevalência maior no gênero masculino. Essa Craniossinostose corresponde ao fechamento da sutura sagital e leva a um crânio alongado no sentido antêro-posterior.
– Trigonocefalia: É mais comum no gênero masculino e se caracteriza pelo fechamento precoce da sutura metópica, levando a um formato estreito da fronte, uma forma triangular. Está associada, na maioria dos casos, a um hipotelorismo (aproximação das órbitas). Crianças com esse tipo de Cranioestenose podem apresentar atrasos de aprendizado.
– Plagiocefalia anterior: Possui maior incidência no gênero feminino, e se caracteriza pelo fechamento da sutura coronal de um lado apenas, levando a uma assimetria do crânio e da face, com deslocamento do nariz e uma proeminência frontal. Também pode ser associado, embora raramente, à uma mutação genética chamada de Síndrome de Muenke.
– Braquicefalia: também possui maior incidência no gênero feminino e corresponde ao fechamento das duas suturas coronais. Causa um alongamento transverso no crânio, além de hiperteleorbitismo, que é o afastamento das órbitas. É a cranioestenose mais associada a síndromes genéticas, como as Síndromes de Crouzon, Apert e Pfeiffer.
– Plagiocefalia posterior: Uma das cranioestenose mais raras, onde se vê o fechamento precoce de uma das suturas lambdoides, provocando um deslocamento posterior da orelha. A incidência é ainda desconhecida, mas estima-se que seja inferior a 1:50.000 nascidos vivos. Deve ser diferenciada da plagiocefalia posicional que corresponde a uma posição viciosa do bebê no leito, mas com as suturas cranianas abertas.
O TRATAMENTO PARA AS CRANIOESTENOSE
Marie-Lannelongue foi a primeira médica a realizar uma intervenção cirúrgica para o tratamento das Cranioestenoses, em 1890. Desde então, as cirurgias vêm se aprimorando e atualmente contamos com vários tipos, que irão depender da Cranioestenose do paciente.
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Em sua maioria, as cirurgias servem para corrigir a forma anormal do crânio, e são chamadas de Remodelamento Craniano. Quando realizada em pacientes mais jovens, a cirurgia tem mais chances de apresentar resultados satisfatórios. O principal risco das cirurgias em pacientes muito jovens é a hemorragia – que se houver é grave, pois envolve deslocamento e mobilização dos ossos em pacientes onde o volume de sangue é relativamente baixo, necessitando, assim, frequentemente de transfusões de sangue ainda no momento da cirurgia.
Outros tratamentos também podem ser eficazes – talvez não na mesma proporção das cirurgias convencionais, como o tratamento endoscópico, e o tratamento com molas expansoras, etc.
O primeiro ano de vida é o mais recomendado para se realizar a cirurgia, já que tem mais chances de sucesso e recuperação por conta do rápido crescimento do cérebro nesse momento da vida.
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MITOS E VERDADES
– Mito: Não há necessidade de operar uma Cranioestenose. Bebês ou crianças que não realizarem a cirurgia podem apresentar atrasos do desenvolvimento cognitivo, além de alterações visuais e deformidades cranianas severas, afetando, assim, seu modo de interagir com a sociedade, e até mesmo influenciar na sua personalidade.
– Verdade: Bebês gêmeos possuem mais chances de desenvolver Cranioestenose. Por dividirem o espaço no útero, e portanto terem maior possibilidade de constrição das cabeças, a incidência de Cranioestenose em pacientes gêmeos é realmente mais alta.
– Mito: Em vez da cirurgia, é possível usar um capacete para a correção da Cranioestenose. Somente a cirurgia é capaz de corrigir uma sutura já fechada. Uma situação que existe é a plagiocefalia posicional, onde as suturas se encontram abertas. Em casos assim, ainda é possível corrigir sem cirurgia, apenas com o uso de capacetes, que vão ajudar no remodelamento craniano.
ATENÇÃO:
Cada paciente é único e deve ser examinado dessa maneira. Se você está grávida, realize exames periodicamente e siga as instruções do seu médico de confiança.