Neste início de 2020, estamos acompanhando o início da proliferação de uma doença por todo o mundo. Surgido na cidade de Wuhan, na China, a doença respiratória aguda Covid-19, mais popularmente conhecida como coronavírus, vem preocupando países de todo mundo e levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar emergência global.
Até o dia 19 de fevereiro de 2020, tinham sido confirmados mais de 74 mil casos em todo o mundo em 23 países, além da China: Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Cingapura, Austrália, Malásia, Camboja, Filipinas, Tailândia, Nepal, Sri Lanka, Índia, Estados Unidos, Canadá, França, Finlândia, Alemanha, Itália, Rússia, Espanha, Suécia, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos. Foram 2.007 mortes causadas pelo coronavírus confirmadas na China e 3 em outros países (Filipinas, França e Japão).
No Brasil, tivemos um caso confirmado no dia 26 de Fevereiro e outros casos suspeitos, sendo que vários já foram descartados. No dia 29 de janeiro, o governo brasileiro elevou o perigo de “em alerta” para “iminente”.
Apesar da minha área de especialização ser a cirurgia plástica e as malformações congênitas (você pode conferir mais sobre no meu Facebook, YouTube e Instagram) e não a infectologia, este é um assunto importante para todo mundo nesse momento!
Depois de consultar colegas e informações oficiais, preparei este conteúdo para explicar o que é o coronavírus e se você precisa se preocupar com ele. Boa leitura!
O que é o coronavírus?
Os coronavírus na verdade são uma família viral. Olhados através de microscópios, eles parecem ter um formato de coroa, daí o nome. Até o momento, 7 deles infectam humanos, incluindo o vírus Covid-19, que é o mais recente.
O coronavírus mais conhecido é o Sars Cov, vírus que causa a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, em inglês). Ele foi responsável por uma epidemia chinesa em 2002, que infectou 8096 pessoas e matou 774 delas – uma taxa de mortalidade de 10%. Outra foi a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (causado pelo Mers Cov), que atacou a região em 2015. A taxa de mortalidade desta doença é maior, chegando a 35%.
O Covid-19, tem, segundo os dados atuais, uma taxa de mortalidade menor: 2,2%, segundo a OMS, mas ainda maior que a gripe comum, que é de 0,01%. Entretanto, existem dois grandes problemas com a doença: ela é nova, com poucas informações precisas; e também é de rápida proliferação.
Como o vírus surgiu?
As suspeitas dizem que o vírus teve a primeira infecção humana em um mercado central da cidade de Wuhan, na China, em Dezembro de 2019. Diversos rumores foram espalhados sobre qual seria o principal vetor da doença, incluindo morcegos, cobras e peixes, mas não há um consenso geral ainda.
Houve um aumento da recorrência de doenças originadas por vírus zoonóticos (aqueles com origem em animais), com cerca de 3 em cada 4 novas doenças sendo deste tipo. Uma epidemia recente, a Ebola, que matou mais de 11 mil pessoas na África Ocidental, também teve origem animal.
A espécie humana está cada vez mais vulnerável a este tipo de vírus por conta do rápido aumento populacional e, consequentemente, o aumento pela demanda de carne. Somado a isso, temos também a possibilidade de transportar os vírus de um lado para outro do mundo em pouquíssimo tempo.
Em 2019, as companhias aéreas transportaram 4,5 bilhões de passageiros no mundo todo, número 10 vezes maior do que em 2009. Ou seja, um passageiro infectado pode levar o vírus incubado para qualquer lugar do mundo em menos de um dia. Por isso, a proliferação do vírus foi tão rápida.
Por fim, o momento é problemático já que o vírus se espalhou pelo país próximo ao feriado do Ano Novo Chinês, momento em que há grande movimentação de cidadãos e turistas. Além disso, a cidade de Wuhan tem importantes estações de trem.
Como o vírus age no corpo e se prolifera?
Já vi pessoas preocupadas em receber encomendas vindo da China por medo de serem infectadas com o coronavírus, mas não é bem assim que acontece!
Pelo que se sabe até o momento, o vírus tem a possibilidade de proliferar de maneira parecida com a gripe: através do ar e do contato próximo com outro hospedeiro infectado. Ainda não é certo, mas estudos apontam que o coronavírus sobrevive menos de 24 horas fora de um hospedeiro.
Os sintomas podem demorar até 14 dias para se manifestar. Isso é preocupante, já que pessoas assintomáticas também podem transmitir o vírus. Mesmo que aeroportos tenham instalado sensores de temperatura (tentando identificar pessoas com febre), pode ser que alguém sem sintomas, mas portador do coronavírus, esteja embarcando.
Quem está infectado apresenta sintomas bem similares à gripe tradicional, como febre, dores de cabeça, problemas para respirar e tosse. A doença, segundo dados vindos do governo chinês, vem sendo fatal em pessoas acima de 35 anos (normalmente em idosos) e com problemas respiratórios.
Como se prevenir contra o coronavírus?
Vacinas para novas doenças demoram para ser criadas e a criação de um medicamento antiviral específico para o coronavírus ainda está em progresso. Dessa maneira, a principal recomendação é fortalecer o sistema imunológico, se alimentando adequadamente e se exercitando.
Além disso, existem alguns cuidados higiênicos, segundo orientações do Ministério da Saúde, que são importantes:
- Lave as mãos por 15 a 20 segundos antes e após usar o banheiro, antes e após manipular alimentos e ao chegar e sair de casa;
- Mantenha álcool em gel consigo para higienizar as mãos quando não há a possibilidade de lavá-las;
- Se estiver em ambiente público, não toque a boca ou os olhos antes de higienizar as mãos;
- Mantenha o ambiente limpo, dando atenção a objetos usados com frequência, como móveis, computadores e celulares;
- Viagens para locais de alta incidência do Covid-19 são desaconselhadas;
- Evite aglomerações e mantenha-se distante de pessoas com sintoma de gripe e infecções respiratórias.
Caso surjam os sintomas, procure atendimento especializado por profissionais de saúde assim que possível.
Onde devo me informar sobre o assunto?
Redes sociais e aplicativos de mensagem, como o WhatsApp, são grandes fontes de desinformações e fake news. É importante sempre avaliar a origem da informação antes de sair compartilhando, já que boatos podem acabar causando um pânico desnecessário ou até mesmo fatalidades.
Por isso, sugiro acompanhar informações de especialistas em infectologia e de portais que vem fazendo coberturas extensivas sobre o caso, como o G1 e a BBC. Órgãos públicos de saúde também estão emitindo informações confirmadas sobre a epidemia. Informe-se em diversas fontes!
Enfim, devo me preocupar com o coronavírus?
A doença chegou ao Brasil no dia 26 de Fevereiro, através de um morador de São Paulo de 61 anos que veio da Itália. A população brasileira entrou em estado de alerta desde então, porém é importante saber: é preciso tanto alarde?
O Covid-19 não tem muitos casos confirmados no Brasil e apresenta uma taxa de letalidade menor que a de epidemias recentes, como a dengue e a gripe H1N1. Porém, mesmo assim, é importante se manter precavido.
Tenha em mente que o Coronavírus chegou ao Brasil logo após o período de Carnaval, no qual houve grandes aglomerações nas cidades. O fluxo de pessoas de outros países vindo para o nosso país foi grande, além do aumento do turismo entre estados e municípios.
Por isso, caso haja um grande aumento de casos confirmados da doença em pouco tempo, não se apavore, pois o momento de festividades pode ter contribuído. Mantenha as informações em dia com fontes confiáveis e siga as instruções dadas nesta postagem e por agentes de saúde.
Até o momento (Fevereiro de 2020), já foram mais de 2 mil mortes e mais de 75 mil pacientes infectados no mundo todo. O fato da OMS (Organização Mundial de Saúde) ter declarado emergência global também é um alerta.
Entretanto, mantendo as recomendações básicas, as chances de infecção caem muito! É sempre importante se higienizar, se manter saudável e evitar aglomerações para que doenças infecciosas não sejam transmitidas para você.
Espero que este artigo tenha lhe ajudado a entender melhor a epidemia do coronavírus. Informação é essencial!